Interação intermitente: resolução prática de problemas

Interação intermitente: resolução prática de problemas

A interação intermitente produz resultados positivos. Muitas empresas têm espaços em grupo e individuais onde a interação pode ser pausada por um período de tempo.

Interação intermitente: resolução prática de problemas

Última atualização: 22 de dezembro de 2019

A Universidade de Harvard propõe uma nova abordagem para técnicas de resolução de problemas. Nesse sentido, a importância do que se conhece como interação intermitente na resolução de conflitos complexos.

Segundo esta prestigiosa instituição, a tecnologia tem disponibilizado uma conexão constante e de baixo custo, mas nem sempre isso funciona a nosso favor. Em vez disso, ele argumenta que a interação intermitente pode ser a melhor maneira de resolver vários problemas complexos.



“O professor associado da HBS, Ethan Bernstein, vê uma série de implicações no local de trabalho em diferentes modelos de colaboração, incluindo os benefícios de alternar esforços individuais com trabalho em equipe durante um período de tempo”.

-The Harvard Gazette-

Uma pesquisa com resultados surpreendentes

Pesquisa conduzida pelo professor associado da Harvard Business School (HBS) Ethan Bernstein e colegas, em italiano, How Intermittent Interruptions in Interaction Improve Collective Intelligence, publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) em 13 de agosto, afirma que estar ativo o tempo todo pode nos roubar a eficiência. Enquanto a intermitência representaria a melhor forma de resolver problemas, mesmo os complexos.

O estudo foi realizado depois de analisar a resolução de problemas complexos por vários grupos de três pessoas. Em um dos grupos os membros nunca interagiram uns com os outros, conseguindo resolver o problema em completo isolamento. Os membros de outro grupo interagiram continuamente e os do terceiro grupo o fizeram apenas de forma intermitente.

Após uma pesquisa prévia, os cientistas esperavam que os indivíduos que resolvessem problemas individualmente fossem os mais criativos, e que em grupos não obteriam os mesmos resultados. Eles também previram que os sujeitos em constante interação obteriam uma solução de qualidade média a alta, mas não seriam capazes de encontrar soluções melhores com tanta frequência.



Conclusões inesperadas da pesquisa

Em vez disso, verificou-se que os grupos que interagiram de forma intermitente atingiram uma qualidade de solução semelhante à dos grupos que o fizeram de forma contínua, mas com a vantagem da parte individual em encontrar as melhores soluções.

O aspecto mais surpreendente foi que quando as interações foram do tipo intermitente, aqueles que tiveram melhor desempenho melhoraram aprendendo com aqueles com menor desempenho. Mas se você interagia continuamente, aqueles com baixo desempenho copiavam as soluções daqueles com alto desempenho e eram ignorados por estes últimos.

Como resultado, quando as interações eram intermitentes, as ideias propostas pelos de baixo desempenho ajudavam os de alto desempenho a encontrar melhores soluções.

A interação intermitente promove a produtividade

“Bernstein e seus coautores veem uma série de implicações no local de trabalho dessas descobertas, incluindo os benefícios de alternar o esforço individual com o trabalho em equipe durante um período de tempo”.

-Ethan Bernstein-

Em Harvard eles dizem que é assim que o trabalho geralmente é feito em diferentes organizações. Especificamente, as pessoas trabalham sozinhas, depois se encontram e depois voltam a trabalhar sozinhas. No entanto, eles apontam que o avanço da tecnologia mudou esses ciclos.

Eles também afirmam que os pesquisadores encontraram algumas semelhanças na forma como as organizações trabalham atualmente. De fato, o trabalho em equipe envolve períodos intermitentes que permitem ao indivíduo trabalhar sozinho, de modo a obter melhores resultados.


"À medida que substituímos esses tipos de ciclos intermitentes por tecnologias contínuas, corremos o risco de reduzir nossa capacidade de resolver problemas de maneira otimizada".

-Ethan Bernstein-

A interação intermitente produz resultados positivos. Eles também afirmam que as empresas costumam ter espaços em grupo e individuais nos quais a interação pode ser pausada por um período de tempo.


Conclusões sobre interação intermitente

Em resumo, pesquisas em Harvard concluíram que projetos que promovem interação intermitente, em vez de constante, são muito mais eficazes para produtividade e desempenho do que se pensava anteriormente.


Eles também acrescentam que tecnologia e o uso de ferramentas de colaboração digital não devem perturbar o isolamento intermitente. Dessa forma, os trabalhadores poderiam resolver os problemas mais complexos em menos tempo.

"Organizações conhecidas pela excelência de suas ideias em termos de criatividade e troca de ideias, como a IDEO, costumam usar um processo intermitente integrado."

-Ethan Bernstein-

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