Solidão em casal: a frieza que afasta

Solidão em casal: a frieza que afasta

A solidão como casal é uma experiência devastadora e contraditória. Essa realidade traz consequências graves, pois não há nada mais doloroso do que vivenciar o vazio emocional e a indiferença da pessoa amada.

Solidão em casal: a frieza que afasta

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2022

A solidão do casal é um dos sofrimentos mais profundos que se pode experimentar. Dói muito ignorar os motivos de tanta frieza emocional. Ter a pessoa amada ao seu lado e não perceber é pura contradição. Poucas solidões são mais problemáticas (assim como frequentes) do que aquelas que são consumidas sob o mesmo teto.



No entanto, e por mais surpreendente que pareça, há muitas pessoas que, apesar de terem relações sociais estáveis, sentem-se sozinhas e desligadas do meio que as rodeia. Isso pode causar não apenas sofrimento psicológico, mas também problemas de saúde.

O argumento não é novo. A solidão como casal sempre existiu. No entanto, graças aos estudos realizados sobre a solidão na população, hoje estamos constantemente descobrindo novas informações sobre esse tipo de sofrimento que ocorre em quase todas as idades. Os casais jovens sofrem com isso, mas especialmente os adultos mais velhos.

"Se você tem medo da solidão, não se case."

-Anton Tchekhov-

Solidão em casal: a que se deve?

Há dramas em que palavras, bofetadas ou tragédias não são necessárias para gerar sofrimento. Na realidade, os dramas mais dolorosos se manifestam em silêncio; dia após dia, no cotidiano de duas pessoas que um dia juraram amor eterno, mas agora uma delas não jura nem promete mais nada, mas se recusa e se comporta, queira ou não, com frieza emocional.



No entanto, tal situação não surge da noite para o dia. Essa distância psicológica (que nem sempre é física) aparece de forma insuspeita. Como deixar de dar importância aos hábitos do passado, deixar de lado os detalhes, não ouvir atentamente o que seu parceiro tem a dizer, se deixar levar pela rotina e não querer mais iniciar novas atividades juntos.

Essas situações criam um forte impacto. Perceber seu parceiro mentalmente distante e sentir uma distância emocional cada vez maior não apenas dói. É também a fonte de muitos outros problemas. Especialistas como o Dr. Aaron Ben-Ze'ev, filósofo, psicólogo e especialista em relacionamentos amorosos, destacam o seguinte:

  • Uma distinção deve ser feita entre estar só e o fenômeno da solidão. Estar sozinho significa não ter ninguém ao seu lado, é uma realidade física. Ao contrário, a solidão é um fato psicológico cada vez mais frequente e é vivenciado sobretudo por pessoas que vivem em casal.
  • Esse tipo de solidão geralmente prepara o terreno para transtornos depressivos e de ansiedade. O sofrimento é agudo e, como revela estudo realizado na Universidade de Manchester (Reino Unido) pelo Dr. Greg Miller, a solidão como fenômeno psicológico é tão perigosa para a saúde quanto o tabaco ou o sedentarismo.

Vamos ver abaixo quais podem ser os motivos por trás da solidão do casal.

Desafeto e medo de agir

Às vezes o desafeto se manifesta como um vento gelado cuja origem não pode ser identificada. De repente, e sem que nada aconteça, tudo perde seu brilho, significado e importância. As emoções já não são as mesmas e é inútil forçar-se ou mostrar o que já não sente.



A falta de amor nem sempre precisa de um motivo concreto, simplesmente acontece e quando acontece pode ser igualmente desconcertante para ambos os parceiros. Bem, quando um está plenamente consciente de que não ama mais o outro, deve agir e deixar claros seus sentimentos. O engano (e o auto-engano) mantido ao longo do tempo leva a sérias consequências. Uma delas é fazer o parceiro sofrer pela percepção de frieza emocional.

A rotina de asfixia

A solidão do casal aumenta sob o peso da rotina. Há momentos em que você simplesmente se deixa levar. Trabalho, deveres, filhos... Tudo afunda em um ritmo mecânico onde não há espaço para o afeto, para olhar nos olhos do outro e reencontrar-se.


Eventualmente, até as conversas se tornam rotina, consumindo afeto, amor e intimidade. Diante de tudo isso, podemos tentar fazer mudanças ou pedir a ajuda de um profissional. De qualquer forma, a inação raramente resolve os problemas.

Solidão a dois: e se fôssemos a causa?

Há também uma terceira dimensão no fenômeno da solidão a dois. As vezes, chega um ponto na vida em que aparece um vazio, sem explicação. Nessa cratera existencial se misturam a insatisfação, a falta de sentido e até o medo de mudar o que está ao redor.

Essas situações são mais comuns do que você imagina. Há pessoas que se sentem sozinhas aos pares porque já não são as mesmas; sentem-se frustrados porque não têm mais o que querem. Neste caso não somos culpados, e embora pensemos que é o outro que mudou e que já não é capaz de nos dar o que necessitamos, na realidade, talvez o problema comece por nós.

Talvez nós, que evoluímos, tenhamos crescido a ponto de mudar gostos, necessidades ou motivações (outra carreira profissional, mais independência, novos contactos sociais e pessoais, etc.).


Concluindo, a solidão do casal é tão recorrente quanto mortal para muitos relacionamentos. Em primeiro lugar, é fonte de sofrimento, problemas psicológicos e de saúde. Em segundo lugar, ninguém merece experimentar essa forma de dor que traz consigo tantas consequências.

Procuremos, pois, compreender a origem desta situação. Falamos com o parceiro e partilhamos soluções com toda a honestidade, respeito e responsabilidade.

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