O poder terapêutico do diálogo interior

O poder terapêutico do diálogo interior

O diálogo interior influencia a maneira como percebemos os eventos ao nosso redor e reagimos a eles. Convidamos você a refletir sobre como fazer a comunicação consigo mesmo trabalhar a seu favor. 

O poder terapêutico do diálogo interior

Última atualização: 20 de junho de 2021

O diálogo interior é um meio de falar a nós mesmos na vida cotidiana e gera pensamentos aos quais damos voz. Somos capazes de expressar aos outros o que pensamos, o que passa pela nossa cabeça? Na verdade não: temos a tendência de filtrar nossas comunicações, em forma e conteúdo.



Aqui está um exemplo simples: somos parados na rua por um homem tentando nos vender alguma coisa, e gentilmente dizemos "Desculpe, não me importo". Dentro de nós, na realidade, o pensamento é "quem sabe quantas vezes ele teve que suportar a grosseria dos transeuntes", "está vestido de maneira inadequada", "estou com pressa e não tenho tempo para pare", "vou dizer não a ele com um sorriso".

O diálogo interior (comumente chamado de "pensar") nada mais é do que uma conversa que travamos com nós mesmos e isso afeta enormemente a forma como nos relacionamos com o mundo. Mas também a forma como nos tratamos.

Como vemos, a dinâmica do nosso diálogo interior condiciona a forma como lidamos com conflitos e obstáculos. Como você está acostumado a se dirigir? Que critérios de avaliação reserva para si e para os outros? Eles são negativos ou positivos?

Nas próximas linhas falaremos sobre o poder terapêutico do diálogo interior e alguns fatores importantes a serem considerados.

Em que consiste o diálogo interior?

Vygotsky e Bakhtin interpretaram o diálogo interior como uma ferramenta interna subjetiva para se relacionar e se comunicar consigo mesmo. Essa linguagem se estabelece na primeira fase da vida.



Nos primeiros anos da criança, a comunicação é voltada para fora e desprovida de quase qualquer filtro. Gradualmente, a criança aprende a criar um diálogo consigo mesma.

De acordo com Vygotsky, o diálogo externo é o que usamos para nos dirigir aos outros, enquanto o diálogo interno é dirigido a nós mesmos. Segundo o autor, é a experiência de falar internamente em silêncio; ele a define como uma linguagem sem som, um pensamento verbal.

“Ele terá que aprender a se voltar para si mesmo com carinho, para viver melhor e por mais tempo. Porque uma visão positiva e otimista da vida vem da linguagem interior."

-Rojas-

Isso define nossa pessoa?

Luis Rojas, psiquiatra e autor de A Palavra Certa. Comunicar melhor para viver melhor, diz ela: “os pensamentos fazem parte da nossa dinâmica diária, do que dizemos e julgamos e como fazemos. Às vezes não prestamos atenção suficiente a esses monólogos internos, cujo poder pode ser destrutivo ou altamente positivo”.

Em outras palavras, o diálogo interior influencia a forma como percebemos o que está acontecendo ao nosso redor e, indiretamente, nossa reação.

Se pensarmos e dissermos a nós mesmos que o mundo é ruim porque “sou uma pessoa inútil”, é provável que não tenhamos mais dificuldade em superar os obstáculos que surgem à nossa frente.

Ter pensamentos negativos afeta a maneira como agimos e nos comportamos. Além disso, esses pensamentos estão tão arraigados que são difíceis de combater.

"Estou convencido de que falar é a atividade humana natural mais eficaz para proteger uma autoestima saudável, administrar a vida, aproveitar ao máximo a convivência e as relações afetivas e estimular os dispositivos naturais que facilitam nosso bem-estar físico, mental e social. "


-Rojas-


O poder terapêutico do diálogo interior

A maneira como falamos para nós mesmos afeta a maneira como percebemos o mundo. O professor Ethan Kross, da Universidade de Michigan, realizou uma série de experimentos a esse respeito.


Assim, ele chegou à conclusão de que pessoas que falam positivamente consigo mesmas são mais propensas a ter sucesso, são mais confiantes e são percebidos como mais felizes.

Como vemos, o diálogo interno pode ter efeitos positivos e negativos dependendo de como lidamos com ele. Isso explica porque na terapia trabalhamos justamente a comunicação interna na tentativa de mudar a forma de pensar para gerar maior bem-estar pessoal.

"O diálogo interior tem um poder terapêutico importante: falar consigo mesmo de uma perspectiva positiva, tentar examinar o que nos acontece, tentar entender nosso funcionamento intrínseco, produz um efeito terapêutico".


Finalmente, sublinhamos a importância do diálogo interior, pois afeta o nosso bem-estar. Convidamos você, portanto, a examinar como você se dirige e estudar seus efeitos. Este é o primeiro passo para evitar se tornar o pior inimigo de cada um.

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