Amor sem sexo ou sexo sem amor?

Amor sem sexo ou sexo sem amor?

Amor sem sexo ou sexo sem amor?

Última atualização: 15 setembro, 2022

Sexo sem amor é uma experiência vazia. Mas, de todas as experiências vazias, é uma das melhores."
- Woody Allen -

A sexualidade é um dos temas sobre os quais sempre elaboramos mil hipóteses, conjecturas e suposições. É um assunto complexo que tem sido tratado pelas mais diversas disciplinas.


Alguns tentam entendê-lo a partir do mundo enigmático dos neurotransmissores. Outros querem decifrá-lo do ponto de vista cultural, ou simplificá-lo apelando para a simples questão instintiva.


O que é certo é que não há uma última palavra sobre o tema da sexualidade. As diferentes formas de desfrutar a sexualidade ou sofrer com ela são inúmeras, tantas quanto os seres humanos que habitam nosso planeta.

Uma das maiores fontes de inquietação é a relação entre sexo e amor. Até que ponto o amor pode existir em um casal sem sexo no relacionamento? E até que ponto pode existir uma relação sexual sem a intervenção do amor?

Amor sem sexo

Foi chamado de mil maneiras diferentes: "amor platônico", "amor gentil" ou, às vezes, "amor mentiroso". A questão é: pode realmente haver amor em um casal sem um encontro sexual?

Para responder a esta pergunta, devemos primeiro especificar um detalhe que às vezes esquecemos: a sexualidade não se limita apenas aos nossos genitais.

Essa afirmação pode ser incompreensível para alguns, principalmente para pessoas que não concebem uma sexualidade que vá além do ato sexual como tal.

A sexualidade também envolve um grande conjunto de diferentes experiências sensoriais. Un bacio ou uma carícia são uma expressão da sexualidade, e não apenas um "preâmbulo" dela. As mãos, a voz, as carícias são uma forma de criar proximidade sexual no casal.


Mas voltando à questão central: pode haver amor sem sexo? A resposta é definitivamente um bom SIM. Não há nada fixo e inabalável em matéria de sexualidade. Pelo contrário: nunca devemos impor regras.

Um estudo conduzido pelo professor Anthony Bogaer, da Universidade de Ottawa, descobriu que alguns casais, depois de vários anos morando juntos, continuam apaixonados, mas não fazem sexo.

Eles não querem deixar seu parceiro porque têm um relacionamento estável e gratificante, mas ao mesmo tempo não sentem mais atração sexual.

Por outro lado, mesmo o psicanalista Oscar Menassa indicou que, na realidade, é muito raro que amor e desejo sexual coincidam. Além disso, quando isso acontece, muitas vezes é apenas por um curto período de tempo. Por fim, acrescentou que não devemos esquecer as pessoas que se definem como "assexuais".

Sexo sem amor

Hoje em dia, "sexo sem amor" quase se tornou a norma. Para muitas pessoas, dizer que você precisa de amor para fazer sexo é uma ideia romântica e enterrada. Surgiu a ideia de que o sexo corresponde ao prazer, enquanto o amor corresponde ao compromisso e, portanto, aos problemas.

Muitos casais rapidamente deixam claro que a relação sexual "não significa nada" em um nível emocional. Para que ninguém tenha ideias erradas. E muitos ficam de olho em qualquer um deles querendo "algo mais" ou começando a ter sentimentos depois de uma relação sexual aparentemente sem compromisso.

A relação sexual é considerada uma espécie de "teste de qualidade". Se o resultado for satisfatório, pode resultar em um relacionamento um pouco mais longo; caso contrário, que cada um siga seu próprio caminho.

Mas assim, pode o sexo existir sem amor? Mais uma vez, devemos retornar à definição de sexualidade. Se concebermos o sexo como o ato sexual puro, a resposta é definitivamente SIM. Mas se estendermos o conceito como explicamos anteriormente, a resposta é NÃO.


Amor: múltiplas realidades

Nesse ponto também vale esclarecer que a palavra “amor” pode definir múltiplas realidades. A extensão desse sentimento depende das características de quem o sente.

Para alguns, é um lago de água gelada, no qual mal conseguem mergulhar a ponta dos dedos. Outros, em vez disso, mergulham e nadam em profundidade, independentemente da temperatura.

Se falarmos do ponto de vista da saúde mental, certamente sexo com amor é muito mais saudável e recompensador.

Mas isso não significa que sexo sem amor seja uma experiência ruim! Ao contrário: em alguns casos, é uma forma totalmente legítima de desfrutar plenamente dos prazeres da vida.


Em qualquer caso, cada pessoa deve encontrar sua própria maneira de desfrutar de sua sexualidade. Não há norma, "normalidade" é um dado estatístico simples. Só nós podemos saber se a forma como estamos vivenciando nossa sexualidade nos gratifica ou nos faz sentir mal.

Se isso nos gratificar, não importa o que façamos - estamos fazendo certo. Se isso nos faz sentir mal, vale a pena dedicar um tempo para refletir e entender o que está errado.

Imagens cortesia de Juan Felipe Rubio

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