Analfabetismo emocional: cérebro sem coração

Analfabetismo emocional: cérebro sem coração

Analfabetismo emocional: cérebro sem coração

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2021

Há muitas pessoas que sofrem de analfabetismo emocional. Eles são adeptos de dominar múltiplas habilidades, têm uma infinidade de títulos e habilidades, mas têm o mesmo gerenciamento emocional de uma criança de três anos. Não nascemos com essa habilidade, gostemos ou não, devemos dedicar mais recursos a ela.

A maioria de nós sabe quais são os princípios de uma boa saúde física, a saber: uma dieta equilibrada o mais natural possível, exercícios, dormir entre 7 e 9 horas todas as noites e fazer exames médicos regulares para garantir que está tudo bem.



"Quando você ouve com empatia outra pessoa, você dá a essa pessoa um ar psicológico."

-Stephen R. Covey-

No entanto, um elemento que quase alarmantemente ignoramos está entre nossos ouvidos: o cérebro. Não estamos nos referindo a essa coleção de células nervosas, estruturas e circunvoluções. Precisamos estar atentos aos indicadores de nossa saúde emocional, ou seja, nessa capacidade de sentir a vida e as relações, no estado dessa faculdade, para compreender, controlar e mudar o nosso humor e o dos outros.

O ser humano é muito mais do que uma série de habilidades linguísticas, matemáticas ou tecnológicas. Somos essencialmente seres sociais e emocionais, dimensões muitas vezes esquecidas e mesmo subestimado em instituições de ensino. Porque, convenhamos, não precisamos de muito saber resolver uma equação de segundo grau se não formos capazes de nos comunicar de forma eficaz e sentir empatia pelas pessoas ao nosso redor.

Analfabetismo emocional: o que é?

Nós sabemos que o termo “analfabetismo” tem uma conotação negativa, porém, não podemos chamar de outra forma uma realidade psicossocial mais que evidente. Vejamos um exemplo: hoje em dia fala-se muito sobre a figura dos líderes transformacionais. São pessoas capazes de dinamizar uma organização graças à boa gestão da inteligência emocional, à motivação, ao dom de causar impacto nos outros e criar ambientes nos quais as pessoas possam usar sua criatividade.



Por vezes, vendem-se ideias que, na realidade, se destacam pela sua ausência. É bastante comum, portanto, encontrar gerentes ou executivos de empresas que não sejam incapazes de inspirar os outros e controlar suas emoções, frustrações, raivas... Crianças de 3 anos que ficam com raiva porque não conseguem o que querem, completamente presas naquele pensamento egocêntrico definido por Piaget.

Vejamos, porém, quais são as dimensões que caracterizam o analfabetismo emocional:

  • Incapacidade de entender e gerenciar suas emoções.
  • Dificuldade em compreender as emoções dos outros.
  • Essa falta de autoconsciência emocional muitas vezes os coloca em um terreno muito sensível. Eles reagem exageradamente a qualquer problema, sentem-se sobrecarregados e sobrecarregados por qualquer dificuldade, seja ela pequena ou grande.
  • Não se identificam entre si, são incapazes de se colocar no lugar dos outros, de compreender realidades diferentes das suas.
  • Suas habilidades sociais são muito rígidas e, embora possam se desenvolver às vezes, falta-lhes sensibilidade, assertividade e aquela proximidade autêntica com a qual criar vínculos significativos e não apenas relacionamentos motivados pelo interesse próprio.
  • Por outro lado, os custos do analfabetismo emocional podem ser enormes: pensamento polarizado, repressão, racismo ou sexismo, narcisismo, necessidade obsessiva de estar certo...

Há um fato adicional, não menos importante, que deve ser lembrado. O analfabetismo emocional, ou a falta de recursos psicológicos e mecanismos emocionais para melhor gerenciar dimensões como tristeza, raiva, medo ou decepção, nos torna muito mais vulneráveis ​​a uma série de transtornos mentais.

Condições como depressão ou estados de ansiedade crônica são muito comuns em perfis com pouca ou nenhuma capacidade de gerenciar melhor esses estados internos.


A importância de educar em inteligência emocional

“Temos que educar em inteligência emocional”, temos que treinar essa habilidade, ser mais capazes nas questões emocionais. Já ouvimos demais, lemos livros, fizemos cursos e acenamos com a cabeça toda vez que nos lembramos da importância de ter maior proficiência nessa habilidade.


No entanto, as lacunas continuam a existir. Mesmo que esse objetivo já esteja presente nos currículos de algumas escolas, não podemos ignorar algo que é de igual ou maior importância. Antes de professores e professores educarem as crianças para dominar o pensamento e as emoções, eles também devem ser instruídos com antecedência.


"Seu intelecto pode estar confuso, mas suas emoções nunca mentirão para você."

-Roger Ebert-

Spesso nós mesmos chegamos à idade adulta com muitas inseguranças. Acordamos todos os dias conscientes de que nos faltam ferramentas para dominar nossas emoções, bem como algumas habilidades para lidar melhor com as adversidades. Dessa forma, se não começarmos primeiro por nós mesmos, alcançando uma autoconsciência de nosso analfabetismo emocional, dificilmente teremos aquele talento necessário para motivar os pequenos, treiná-los em empatia, assertividade ou habilidades sociais ...

Uma boa "alfabetização emocional" nos oferece grandes benefícios. Em primeiro lugar, aprenderemos que toda emoção tem seu espaço e sua utilidade, que a diferenciação entre emoções "negativas" e "positivas" nem sempre é correta, porque na realidade aqueles que muitas vezes evitamos sentir, como tristeza ou decepção, têm seus espaços de conhecimento, sua utilidade e seu precioso significado.


Portanto, não há como fugir das emoções, elas se confrontam para saber o que querem nos dizer. É uma forma sensacional de autoconhecimento que nos dá forças, que oferece ao nosso olhar um espectro mais amplo e flexível. Não deixamos de lado e não desprezamos a necessidade de estarmos “atualizados” em questões emocionais. Cuidemos desses mundos internos onde possamos reconhecer, expressar, gerenciar e transformar esses sentimentos para que sempre fluam a nosso favor e não contra nós.

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