Três coisas para não fazer quando sofre de ansiedade

Três coisas para não fazer quando sofre de ansiedade

Três coisas para não fazer quando sofre de ansiedade

Escrito e verificado pelo psicólogo GetPersonalGrowth.

Última atualização: 15 de novembro de 2021

Se você sofre de ansiedade é inútil ouvir frases como "calma, relaxa, você vai ver que vai se sentir melhor". Podemos fazer isso por alguns minutos, mas em breve esse temível inimigo voltará para nos tirar o fôlego e o entusiasmo. Isso porque a ansiedade não é uma doença, mas sim um sintoma, o eco de um problema generalizado, profundo e informe que precisa ser explicado e gerenciado.



Todos nós conhecemos esse sentimento. Geralmente começa com uma pontada no peito, como se o famoso diabo na pintura de Heinrich Füssli, “Pesadelo”, sentasse em nós todos os dias para tirar nossa energia vital. Então, dores musculares, dores de cabeça, problemas digestivos, insônia assumem o controle.

"A ansiedade com medo e o medo com ansiedade contribuem para roubar do ser humano a mais essencial de suas habilidades: a reflexão"

-Konrad Lorenz-

NNão podemos esquecer que os sintomas físicos se intensificam a cada dia devido à mistura letal de pensamentos distorcidos, principalmente negativa, e a constante sensação de perigo. E não importa se não estamos fazendo nada ou se estamos de férias: se nossa mente está presa nesse túnel escuro, cheio de medos e pensamentos catastróficos, relaxar não vai nos ajudar.

Quando não for possível pensarmos com clareza, muitas coisas não serão úteis, embora pensemos o contrário. Podemos fazer ioga, podemos colorir mandalas, podemos ouvir música e passear. Todas são atividades positivas, relaxantes e benéficas, sem dúvida. Mas são apenas benefícios temporários que não resolvem o problema original.


Na realidade, quando se trata de lidar com processos relacionados à ansiedade, o sucesso está em uma abordagem multidisciplinar. o relaxamento é definitivamente terapêutico, assim como o apoio de nossos entes queridos, o esporte e uma dieta equilibrada. No entanto, precisamos também de uma estratégia cognitivo-comportamental que nos ajude a repensar alguns aspectos e fazer mudanças.


Abaixo veremos como lidar com essa realidade da melhor maneira possível, começando primeiro pelo que não é útil para quem sofre de ansiedade e deseja eliminá-la definitivamente.

O que não fazer quando sofre de ansiedade

1. Quando algo nos preocupa, não precisamos fugir

Anna trabalha no departamento de vendas de uma grande empresa. Todas as manhãs ele entra na empresa às 8h, mas está atrasado há uma semana. O curioso é que ele é pontual em sair de casa, mas assim que ele está prestes a pegar a rodovia para ir ao trabalho, ele se vira e dirige até um bar. Aqui ele bebe um chá de ervas e pensa consigo mesmo que dentro de uma hora não vai mais pensar em nada, só quer relaxar.

Como podemos entender a partir deste exemplo simples, o protagonista está "fugindo" do problema real. Sente-se incapaz de ir trabalhar. E o que começa com um atraso no trabalho pode acabar se transformando em um declínio no desempenho, pois a pressão, o medo e a ansiedade farão com que você se sinta incapaz de cumprir suas responsabilidades.

Qual é a maneira correta de se comportar nesses casos?

Essas reações são absolutamente normais por uma razão muito simples. Quando nossos cérebros percebem uma ameaça, ele ordena a produção de cortisol para preparar nossos corpos para fugir ou lutar.

  • O problema é que evitar o problema, a longo prazo, piora a ansiedade ao intensificá-la.
  • Ao continuar repetindo esse comportamento de fuga, acabamos nos vendo como pessoas incapazes de lidar com a situação. Consequentemente, esse medo parece ainda mais ameaçador para nós.
  • Ao invés de fugir, evitar ou nos distrair com outras coisas para não pensar no que está nos incomodando, uma estratégia útil é racionalizar a situação por meio de perguntas que começam com um "E se...?"
    • O que aconteceria se eu dissesse ao meu chefe que discordo disso ou daquilo?
    • E se meu chefe concordar e a situação de trabalho melhorar?
    • O que aconteceria se eu perdesse meu emprego?
    • O que aconteceria se eu colocasse todos os meus esforços em procurar um emprego que se adequasse ao meu potencial?

2. Não devemos alimentar o turbilhão de pensamentos

A preocupação constante e obsessiva é o componente cognitivo da ansiedade. Um de seus piores efeitos colaterais é nos privar da capacidade de reflexão, de saber analisar os fatos com calma e de uma perspectiva mais lógica e útil. Portanto, quem sofre de ansiedade deve manter o seguinte em mente.



  • Quando algo nos preocupa, nos assusta ou nos incomoda, a mente naturalmente tende a criar um epicentro caótico com todos esses aspectos negativos. Em pouco tempo surgem as emoções mais prejudiciais e aquele sentimento de ameaça que intensifica a preocupação.
  • Para parar esse círculo vicioso, esse cachorro mordendo o rabo, você tem que se conscientizar disso e pará-lo. Nesses casos, exercícios de relaxamento progressivo e respiração diafragmática são muito úteis. Deve-se lembrar, no entanto, que são úteis para acalmar sintomas como tensão muscular e agitação interna.
  • Somente quando percebermos que nosso corpo está mais relaxado e a mente mais clara, começaremos a quebrar o ciclo de pensamentos negativos e enxergar novas possibilidades. Faremos novas propostas para nós mesmos, focaremos no presente em vez de antecipar as coisas que ainda não aconteceu.

Para superar o demônio da ansiedade na vida cotidiana, vamos definir metas de curto prazo que sejam simples, lógicas e positivas. Também precisamos conduzir um diálogo interior através do qual sejamos aliados de nós mesmos, não inimigos.


3. Não adianta negar a ansiedade ou mesmo querer apagá-la

Uma coisa que deve ficar bem clara para quem tem ansiedade é que não faz sentido querer apagá-la da sua vida. Sempre estará lá porque faz parte do ser humano e, por mais estranho que nos pareça, também é útil para nossa sobrevivência e para nos adaptarmos melhor ao nosso contexto.

Para uma melhor compreensão, vamos fazer uma pausa por um momento para refletir sobre essas ideias:

  • Sempre seremos capazes de conviver com nossa ansiedade, desde que ela não se transforme em um inimigo.
  • A melhor maneira de conviver com a ansiedade é permitir que ela esteja conosco, observando-a de perto, controlando-a, antecipando seus gatilhos. Caso contrário, ela assumirá automaticamente o controle e nem perceberemos.
  • A ansiedade se tornará negativa quando nossa vida for bloqueada e limitada por ela, com consequências negativas - ainda que pequenas - em nossos relacionamentos e nossos compromissos de trabalho.

A ansiedade positiva, por outro lado, pode atuar como uma habilidade psicológica real. Impulsiona-nos a ser melhores, a antecipar os riscos para os resolver, a ver oportunidades que podemos aproveitar graças ao nosso potencial; ela nos liberta da negligência e da passividade para nos tornar capazes de alcançar seus objetivos.


Concluindo, como vimos, quem sofre de ansiedade não tem uma única maneira de lidar com ela e gerenciá-la: há muitas maneiras. Tudo, porém, começa com a compreensão de que a ansiedade é a mente que quer ir mais rápido que a vida. Desaceleramos e aprendemos a falar sozinhos.

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