Dor crônica na infância: muitas vezes esquecida

Dor crônica na infância: muitas vezes esquecida

Dor crônica na infância: muitas vezes esquecida

Última atualização: 24 setembro, 2020

A dor é uma experiência tão individual e complexa que a presença da atenção e comunicação correta com o paciente é essencial para satisfazer suas necessidades. No entanto, no caso de a comunicação da dor crônica na infância é muitas vezes impossível porque as crianças não sabem as palavras para explicá-la. Eles só conhecem o chore. É por isso que podemos dizer que, durante o século XNUMX, a dor crônica da infância foi muitas vezes esquecida pela medicina e psicologia modernas.



Multa em meados da década de 50, acreditava-se que as crianças tinham menor sensibilidade à dor do que os adultos. Essa afirmação foi aceita pela comunidade e teve sérias consequências: em muitos hospitais, as cirurgias eram realizadas em crianças menores de dois anos sem o uso de qualquer tipo de anestesia ou com anestesia mínima.

Mesmo que não consigam colocar em palavras, uma criança ou bebê sente dor como um adulto.

Ferramentas para medir a dor crônica na infância

Atualmente, na medicina e na psicologia, reconhece-se que a dor crônica da infância tem as mesmas características da dor crônica do adulto e, portanto, acredita-se que deve receber a mesma importância. Em outras palavras, falamos de dor crônica na infância quando ela dura 6 meses ou mais, tenha ou não uma causa fisiológica clara.

O problema está na ausência, até pouco tempo atrás, de protocolos ou ferramentas para medir a dor infância crônica, pois em geral recorreram a adaptações das ferramentas destinadas aos adultos. Felizmente, a situação está mudando e a psicologia clínica desempenha um papel fundamental nessa mudança.



Das técnicas projetivas às de reconhecimento e expressão emocional, expressão e o reconhecimento da dor crônica na infância começa a se espalhar, a ser estudado e tratado. A dor não é mais vista como uma simples queixa sem importância ou um processo de simulação para tentar chamar a atenção dos pais.

Desenhos, rostos ou cores, mais do que termos referentes à dor no mundo adulto, são os meios mais úteis e utilizados para ajudar as crianças a reconhecer, expressar e controlar a dor crônica.

Quando falamos de bebês ou crianças menores de 3 ou 4 anos que ainda não possuem desenvolvimento linguístico ou cognitivo suficiente para transmitir sua dor em palavras ou desenhos, nos baseamos principalmente em relações de perfil comportamental e variáveis ​​fisiológicas. Com crianças mais velhas e adolescentes, são usados ​​relacionamentos de vários tipos; dentre eles os mais utilizados são:

  • Termômetro da dor: geralmente numerado de 0 a 10, onde 0 representa "sem dor" e 10 "pior dor possível". A criança enfatiza a intensidade de sua dor colorindo a barra de mercúrio do termômetro correspondente.
  • O jogo de cores de Eland: é uma escala de cores na qual as crianças escolhem uma das oito cores que correspondem às diferentes intensidades de dor, desde a ausência total de dor até a dor aguda.
  • Escala de nove faces: usado a partir dos 5 anos de idade. Nove faces das quais quatro representam diferentes intensidades de afeto positivo, quatro de afeto negativo e uma neutra. A criança escolhe o rosto que mais se assemelha à dor que está sentindo naquele momento.
  • Questionário de Dor Pediátrica: usado com crianças maiores ou adolescentes, reúne 8 questões diretamente relacionadas à dor.
  • Diário da dor: relatório auto-escrito em formato de diário pessoal que inclui uma escala de resposta que varia de 0 "sem dor" a 5 "dor muito intensa", juntamente com a pergunta: "Quanta dor você está sentindo agora?". A dor é avaliada duas vezes ao dia durante o período pós-cirúrgico.

Tratamento psicológico da dor crônica na infância

Quando falamos sobre o tratamento da dor crônica infantil, nos deparamos com uma realidade alarmante, pois a maioria dos medicamentos não tem indicação pediátrica. É por isso que uma ênfase especial está sendo colocada no tratamento multidisciplinar da dor em crianças.



A psicologia clínica tem contribuído com a adoção de uma série de técnicas cognitivo-comportamentais consideradas eficazes e eficientes para crianças maiores de 7 anos e com resultados muito promissores em crianças menores. O tratamento, em geral, depende do tipo de dor e da análise realizada. Nesse sentido, algumas das técnicas mais utilizadas são:


  • Treinamento de Biofeedback: usado principalmente para dores de cabeça tensionais, funcionais ou enxaqueca. Consiste em controlar um sinal fisiológico de tensão ou temperatura dentro de certos parâmetros.
  • Técnicas de relaxamento: respiração profunda ou relaxamento muscular. Muito eficaz em crianças porque reduz a ativação do organismo causada pela dor.
  • Atenção: os poucos estudos publicados indicam melhoras significativas em variáveis ​​como intensidade e frequência dos episódios de dor, bem como no funcionamento físico e psicológico.
  • Hipnose: o objetivo psicoterapêutico geralmente visa controlar as respostas fisiológicas, gerenciar a atenção e os aspectos cognitivos relacionados à percepção da dor ou fortalecer as estratégias de enfrentamento.
  • Exibição: envolve o uso de imagens mentais ou representações internas para modular a experiência dolorosa e, portanto, produzir um efeito analgésico.
  • Distração: porque foi demonstrado que focar a atenção em um estímulo doloroso aumenta a sensação de dor.
  • Controle de contingência: Por meio da análise funcional do sujeito, busca-se reorganizar o ambiente para facilitar comportamentos adequados e proporcionais às situações de dor, evitando reforçar ou recompensar situações de desequilíbrio.

Apesar de todos esses avanços e da comprovada eficácia do tratamento psicológico da dor infantil, isso ainda é escasso. O progresso multidisciplinar e o aumento dos estudos nesta área são o futuro no combate à dor crônica na infância.


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