Adolescência tardia, cada vez mais comum

Adolescência tardia, cada vez mais comum

O fenômeno da adolescência tardia é uma realidade cada vez mais frequente.

Adolescência tardia, cada vez mais comum

Última atualização: 26 de julho de 2022

No mundo de hoje, a idade das pessoas parece ter cada vez menos peso. Em algum momento acontece que a vida não corresponde necessariamente aos esquemas teóricos que nos são fornecidos ao longo de nossa existência. Como prova disso, temos o fenômeno da adolescência tardia, uma realidade cada vez mais frequente.


Antes de mais nada, devemos lembrar que a adolescência é aquela fase da vida que faz a ponte entre a infância e a idade adulta. É um período caracterizado por grande instabilidade emocional e pela busca desesperada pela própria identidade. Muitos dos altos e baixos típicos desta fase dependem das múltiplas mudanças corporais que ocorrem. Chega o período da maturidade sexual e, com ele, uma atividade hormonal particularmente "tempestuosa".


A adolescência é a permissão da sociedade para combinar maturidade física com irresponsabilidade psicológica.
– Terri Apter

O conceito de adolescência tardia tem duas conotações. A primeira indica o período correspondente aos últimos anos da adolescência; ou quando todas as mudanças terminarem e o jovem estiver pronto para entrar plenamente na idade adulta. A outra conotação diz respeito àquelas fases da vida em que os traços típicos da adolescência parecem ressurgir.

No primeiro caso é um termo técnico, enquanto no segundo é simplesmente uma criação da "psicologia popular".

A adolescência tardia como conceito técnico

Os psicólogos do desenvolvimento dividem a adolescência em três fases. Adolescência precoce (ou pré-adolescência), que vai dos 11 aos 13 anos e corresponde ao período da puberdade. A adolescência intermediária (ou adolescência propriamente dita) que vai dos 13 aos 16/17 anos. E adolescência tardia que compreende o período entre 15-17 anos e 21 anos.



A adolescência tardia é uma fase caracterizada por maior estabilidade do que as fases anteriores. A identidade é muito mais definida, prevalece um grande idealismo e uma enorme capacidade de criar ilusões sobre o futuro. Às vezes surgem crises por causa das novas responsabilidades que os jovens adultos são chamados a assumir. O adolescente nem sempre se sente preparado para enfrentar tudo isso.

Ao contrário do que acontece nas fases iniciais, no final da adolescência, sentir-se parte de um grupo mais ou menos estável não é tão importante. Nesta fase há uma tendência a dar maior importância às relações individuais. A relação com a família torna-se menos tempestuosa. Grandes projetos e o desejo de mudar o mundo do dia para a noite prevalecem.

Os "eternos" adolescentes

O termo adolescência tardia também é usado para definir crianças estados emocionais que apresentam características típicas da adolescência, mas que ocorrem durante a vida adulta.

A questão é que os vários estágios de crescimento nem sempre seguem um ao outro perfeitamente, como os esquemas teóricos nos fazem acreditar. Há circunstâncias capazes de prolongar algumas fases ou fazer com que alguns traços típicos da adolescência ou da infância reapareçam na idade adulta.

A adolescência tardia pode se manifestar de várias maneiras. Pode-se dizer que o mais frequente é o caso em que o adulto permanece um “eterno rebelde”, cheio de sonhos, mas sem metas concretas para alcançar. Ele se opõe, sem motivo específico, à adaptação à vida adulta. Não aceita o mundo como ele é, mas ao mesmo tempo não age de forma concreta e racional para tentar mudá-lo.


Nesses casos, não é incomum observar que até a relação com os pais continua tempestuosa. Os pais são culpados, culpados, mas ao mesmo tempo é impossível para esses eternos adolescentes se separarem deles em um nível emocional. Às vezes, eles acabam ficando na mesma casa.



Os mitos sobre o crescimento

Muitas vezes e de boa vontade, são os pais que não querem que o filho adolescente cresça. Além do vínculo emocional, empurrá-los a se comportar dessa maneira pode ser o medo de envelhecer ou assumir o controle de sua própria vida. Esses pais garantem que a dependência econômica, emocional e psicológica de seus filhos persista ao longo do tempo.

Em geral, a sociedade moderna construiu um mito segundo o qual a juventude é a única fase da vida que vale a pena ser vivida. Não é por acaso que a indústria cosmética, na qual grande parte dos produtos visa “retardar o envelhecimento”, tem feito tanto sucesso. Até agora a palavra "adulto" é desagradável para muitos. Parece sério e maçante. Dá a ideia de responsabilidade, que é exatamente o oposto do que acontece na juventude.

Isso não é ruim em si. O que é contraproducente é a renúncia à autonomia e responsabilidade causada por continuar a viver como adolescentes. Os adolescentes tardios não têm como entender do que são realmente capazes.


Nosso potencial só vem à tona quando assumimos a responsabilidade e superamos nossos medos. Se não tentarmos, é provável que comecemos a nos sentir desconfortáveis. Com o tempo, nos sentiremos cada vez mais inadequados e, sem perceber, nos privaremos das experiências mais importantes.

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