Usando manipulação emocional para resolver conflitos internos

Usando manipulação emocional para resolver conflitos internos

Usando manipulação emocional para resolver conflitos internos

Última atualização: 14 setembro, 2022

Você certamente já ouviu falar de manipulação emocional com frequência. Das diferentes formas como se manifesta e do sofrimento que pode causar às suas vítimas. É um dos comportamentos que mais causa danos em sua passagem, principalmente devido ao seu caráter silencioso e letal.

O manipulador emocional tem um plano de ação detalhado em sua cabeça. Ele está ciente das fraquezas de suas presas e sabe como desmantelar suas defesas para conseguir o que quer. Para fazer isso, ela pode até fazer a vítima acreditar que ela é a culpada, até que a vítima ceda e concorde em cumprir suas exigências.



Os manipuladores também conseguem o que querem ao gerar certas emoções nos outros, de acordo com seus interesses. Como acabamos de dizer, o plano já foi estabelecido. E o carrasco não terá escrúpulos: ele usará todos os meios necessários para obter controle sobre sua vítima, até que seu objetivo seja alcançado.

Dissonância cognitiva: uma causa frequente de manipulação emocional

Você deve ter notado que pessoas manipuladoras usam o que é chamado de "dissonância cognitiva" em psicologia. A dissonância cognitiva refere-se a um conflito interno que ocorre quando dois pensamentos aparentemente incongruentes coexistem em nossa mente ou quando um determinado pensamento não se encaixa em nosso sistema de crenças ou em nossos hábitos comportamentais.

Esse conflito interno, essa tensão que desgasta o pensamento, muitas vezes gera consequências muito peculiares, que visam acabar com aquela sensação de caos cognitivo em que entramos sem perceber. Um sentimento de inconsistência interna que nos incomoda a ponto de nos fazer fazer qualquer coisa para eliminá-lo.


Precisamos restaurar uma congruência objetiva entre o que sentimos e o que acreditamos, entre nossas crenças e nosso comportamento... entre nossos pensamentos e nossas ações. Quando nos encontramos nesta encruzilhada, para sairmos vivos, estamos dispostos a nos deixar levar de mãos dadas pelo autoengano.


O autoengano é o subterfúgio por excelência da dissonância cognitiva

Como explicamos, faríamos tudo para não ter que suportar constantemente aquela sensação desagradável que sentimos crescer dentro de nós. Evitaremos, portanto, tomar conhecimento de todas as informações que alimentam essa dissonância, cobriremos nossos olhos e ouvidos diante de qualquer coisa que possa nos desestabilizar ainda mais.

O manipulador emocional sabe se comportar na presença de dissonância cognitiva e se engana para atingir seus objetivos. Um exemplo claro desse mecanismo é o caso de pessoas que se sentem incapazes de terminar um relacionamento: farão todo o possível para reverter a situação e induzir o parceiro a fazê-lo.

Luca quer deixar Elisa, porque acaba de conhecer outra garota com quem sentiu um entendimento particular. Elisa, por outro lado, que não sabe nada disso, nunca iria querer deixá-lo, porque está apaixonada por ele. Diante dessa situação, Luca se comportará de maneira a fazer Elisa sentir que o relacionamento deles não faz mais sentido, até que ela o termine. Mais tarde, ele fará com que ela se sinta a única responsável por aquela separação: “Mas se foi você quem me deixou! Eu nunca quis! ".

O manipulador passa a culpa para o outro, livrando-se de toda responsabilidade.

Assombrado pela sensação difícil produzida pelo confronto entre a pessoa que gostaria de ser, um namorado fiel, e a pessoa que é no momento, um parceiro infiel, Luca opta pela manipulação emocional. Desta forma, Elisa resolverá a situação tornando-a a única responsável. Muito provavelmente Elisa não entenderá realmente o que está acontecendo, porque poucos acreditariam que seu parceiro pudesse agir dessa maneira. Além disso, o próprio comportamento de Luke pode não ser totalmente consciente.



Luca, na verdade, não consegue encontrar coragem para terminar um relacionamento que não o deixa mais feliz e admitir que na realidade ele quer outra mulher. Ele não pode conceber ser o carrasco, e por isso sua mente o protege, fazendo-o sentir que na realidade ele é a vítima. Como não aceita essa realidade e não consegue assumir suas responsabilidades, acaba manipulando Elisa, puxando a corda até que ela se rompa por completo. E esquecendo o sofrimento que está criando para a verdadeira vítima da situação.


Se Elisa o deixar, ela não terá mais que se sentir culpada por querer terminar o relacionamento por causa de outra garota. Caso contrário, seria um comportamento pelo qual todos o julgariam e que mais cedo ou mais tarde poderia sair pela culatra. Desta forma, porém, Luca consegue resolver seu conflito interno e sair da batalha "de cabeça erguida".


A manipulação emocional muitas vezes surge do caos cognitivo que desejamos expulsar de nossas cabeças a qualquer custo. O manipulador procura um carrasco, um culpado que o faz passar por vítima, o que o coloca em uma posição que justifica seus pensamentos e comportamentos.

O outro será o culpado. Ele, afinal, é apenas a pobre vítima infeliz do relacionamento.

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