As lágrimas não derramadas, a tristeza não desabafada

As lágrimas não derramadas, a tristeza não desabafada

As lágrimas não derramadas, a tristeza não desabafada

Última atualização: 15 de julho de 2015

A repressão emocional é algo que todos nós já experimentamos, alguns mais, outros menos. Às vezes, é até mesmo um comportamento que adquirimos durante a fase de educação, que nos é incutido quando crianças, através da repetição de frases como "Não chore, os adultos são fortes e nunca mostram suas lágrimas".

É possível que, a partir desse momento, tenhamos começado a nos esconder em pequenos cantos de solidão para desabafar, para soltar aquele grito de dor: é necessário e saudável, se queremos encontrar a paz, baixe o sofrimento e siga em frente.



No entanto, há aqueles que não só evitam a explosão emocional, mas até optam por não ver e ouvir nada por causa da educação recebida ou da personalidade. Os fracassos são aceitos à força todas as manhãs ao se levantar da cama; as traições são esquecidas e tristeza mascarada com um sorriso e com outras atividades catárticas que permitem alongar o rosto.

A repressão emocional é exatamente o oposto da compreensão. Uma pessoa que esconde emoções se recusa a entender a intrincada teia emocional que define sua personalidade; na realidade, admitir as próprias fragilidades nos ensina a ser fortes: é um contraste entre compreensão e conhecimento e entre negação e fraqueza.

Repressão emocional: um passo para o abismo

"Repressão emocional" significa literalmente, o ato de conter ou moderar os próprios impulsos, instintos, paixões ou sentimentos. É esconder algo dentro do coração e silenciá-lo para que não seja visto não só pelos outros, mas também por si mesmo. Porque? Muitas vezes é difícil entender o porquê: os psicólogos falam sobre modelos educacionais, processos sociais, psicológicos e biológicos.



No entanto, o termo "compreensão emocional" representa a antítese de tudo o que foi dito até agora: refere-se àquela dimensão que aumenta a proximidade e a empatia com os outros e com a própria interioridade. O conhecimento mais útil e valioso que podemos ter é o conhecimento emocional.

A essa altura, a pergunta que faremos a nós mesmos com razão é: “Por que escolher sufocar a tristeza? Por que a repressão emocional nos parece mais útil?"

  1. É um mecanismo de defesa: se não reagimos diante da traição alheia e decidimos virar a página o mais rápido possível sem refletir sobre nossos sentimentos, evitamos reconhecer que alguém nos feriu; portanto, a dor parecerá mais suportável.
  2. É uma estratégia de autoproteção: se escondemos a tristeza e a dor, não damos aos outros a impressão de serem vítimas. Mostrar nossa dor emocional significa nos mostrar vulneráveis, fora de controle da situação, características que nem todos estão dispostos a aceitar e administrar.
  3. Inconsciência emocional: Pode parecer estranho, mas há pessoas que, por uma razão ou outra, nunca foram expostas ao sofrimento, fracasso ou decepção. Basta pensar, por exemplo, em muitos dos jovens de hoje, educados em uma cultura em que todas as suas necessidades são atendidas; dessa forma, eles desenvolvem uma resistência muito baixa à frustração. Se, no futuro, experimentarem uma perda ou uma decepção amorosa, o mais provável é que se sintam desorientados e bloqueados; nesta situação, optarão pela negação e repressão emocional.

As lágrimas que não são derramadas hoje serão irremediavelmente vazias amanhã. A tristeza não exalada nos empurra cada dia mais para a beira de um abismo, no qual é fácil cair por doença ou trauma.



Como podemos lidar com a tristeza e as decepções?

Esteja ciente de que a felicidade não tem uma duração garantida. A aceitação do presente, com todos os seus tons de cinza, é uma forma de vivenciar as emoções de forma integral e equilibrada. A tristeza deve ser aceita como uma etapa da vida que nos permite crescer.


Às vezes, as pessoas possuem um forte capacidade de distinguir a própria realidade da externa. Deixam-se levar pelo fluxo dos acontecimentos cotidianos, pelo trabalho, pelos momentos de lazer, pela rotina, sem perceber que são quase “autômatos”.

A razão? Isso acontece quando a pessoa se desprende de suas emoções, de sua interioridade, mascarada por um falso bem-estar. Isso faz com que fadiga, enxaqueca, torcicolo e dor nas costasdores que tentamos aliviar com analgésicos, sem entender que são sintomas de outros problemas. Estes são os sinais tangíveis da infelicidade, aquelas lágrimas não derramadas quando houve necessidade, uma tristeza negada e não gerida que agora nos torna prisioneiros de nós mesmos.


Nunca deixe para amanhã as lágrimas que você pode derramar hoje: a raiva deve ser desabafada, o sofrimento deve ser expresso em lágrimas, os fracassos devem ser analisados ​​e aceitos, não escondidos. A compreensão emocional é uma forma de libertação que deve ser praticada diariamente.

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